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Geminianidade demente

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Quisera a dor ser eterna. Não lutar, desistir. Ceifar. Generalizado e eterno lamentar. - As plantas que morram, também. Ato imediato impensado, imaturo, imoral. Quase foi-se. Pobre ser. - Achas mesmo no direito de fazer sofrer? Infeliz ato, pudera perceber: Não o era um. Era mais. Duas almas ocupavam o corpo - corpo este que sentira deploráveis e quentes palmadas. Terror. Dá-se conta de que, ali mesmo, havia mais: Iguais, diferentes formatos, sensuais sabores. Temperatura congelantemente fervente. Topara - Naquela noite qualquer, extremamente marcante - fiel escudeira. A gêmea - ora uni, ora bivitelina . Mutações. Reações. Paixões. Emoções. Quatro espíritos em dois corpos. Quatro mentes desvairadas. Obcecadas por superação e derrota. Diferença contrastante. Divergência desgastante. Dois pares de almas penadas peladas, prostradas em amarguradas estradas. Meia dúzia - menos dois - de inconclusas deusas, sujas. Difusa intrusa. Reclusa, abusa. Dupla gostosa, majestosa, afrontosa, fogosa...

Inebriante e crua carne

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Jantar em n oite fria, brisa cortante que tocava lábios rosados, babados e brilhantes. Coxas grossas roçando a carne, deixando-a com prazer, fazendo o apertado orifício escorrer. Líquido cremoso, doce. Desejo de muitos. Sente falta. Quer algo. Dentro. Daqueles duros, fortes, intensos. O último: veias e rigidez; Deixara como marca o grosso creme - branco, espesso, melado. Muito, do jeito que mais gostava. Sempre muito. Quanto mais, melhor. Tudo. Não perdera nenhuma gota. Sem calcinha, a saia permitia o contato: Degustava do vaivém da pele tocando a beiçola ao caminhar, a passos lentos, para sentir cada movimento: Sinônimo de tentação. Como cadela, farejava o bálsamo de cada um dos membros de transeuntes que cruzavam seu caminho. "Cruzava". Era tomada por tesão ao pensar nessa palavra. Lembrava-se da sensação daquelas veias introduzindo-lhe. Tumulto. Esfrega. No meio. Quer. Dar? Comer? Fome insaciável. Treme. Pulsa. Arrepia todos os pelos. A carne suspensa, rosa, pequena e del...

Lasciva psiquê.

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Quando faz silêncio Ouço o ruído d o ensopado De nós dois, Quando o rijo cerne penetra na fresta em meio as pernas de grossas coxas e meladas. O silêncio come e lambuza-se de minha´lma inteira, Excita meu coração q ue bate apressado, E faz o topo do seios saltarem r aspando na camisa p ara todos verem e ssa tempestade alucinante. Quando cai a noite m inha cama se embebeda do líquido que fica na boca Quando chupa com afinco Todo meu sexo ao me deitar deixando as polpas peladas. Arrebitadas. O dia passa e caminho nas ruas Com a mente na lembrança d aquela imagem do espelho Quando de joelho s into todo o quente no fundo da garganta E bebo até a última gota. Que saudade de você.  [ Jade Rosa ] - 28/02/21 *Imagem: Na cama o beijo - Henri de Toulouse-Lautrec, 1892.

Profundos azuis.

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Os olhos dele sorriam mais do que muitos lábios que circulam por aí. E quando sorria - olhos e boca - ahhh.. todo o recinto se alumiava: rosto quadrado, beiço brilhante, depressões naturais nas bochechas, errônea e absurdamente diagnosticadas como “defeito congênito” - quem teve a petulância de considerar as ditas “covinhas” uma falha? Uma pintura. O azul se perdia em meio a mente de qualquer ser, fazendo almejar projetar-se naquele oceano, brilhante e profundo . Profundidade, essa, que tira o ar, banha toda e qualquer mulher que ali mergulha ou deseja mergulhar, faz desejar afogar-se no além mar daquele mirante. Alto mirante. E como era alto. Não bastava a beleza estonteante, era uma incógnita entender o desejo de quem vislumbrava: Mergulhar ou escalar? Uma abordagem ímpar a fez rever conceitos. Incrédula, cedeu. Era um infinito de olhar, de sorrir, tatear, degustar e sentir. No parapeito da janela, olhar voltado para além montanhas, vestido de algodão leve e fino, sentiu roçar. Tal...

Ruela dos sonhos concomitantes.

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  Era alto, a ponto de trepar-lhe e ficar sem chão; e forte como um guerreiro escandinavo, que, encostado na parede, a segurava como se fosse um vaso de flores, deixando-a completamente sem ar. Não inerte. Passava todas as noites pela ruela onde o breu predominava, e o odor de fumaça entorpecia a mente, até interferir no vaivém dos saltos finos em pés sedosos, e no lá e cá do vestido  preto, devidamente prendido do corpo, torneando aquelas curvas sensuais, onde os longos cabelos loiros roçavam pra lá e pra cá na opulenta curvatura das grandes nádegas. Ouvira que tinha rabo quente, e estava esfomeado para (com)provar. Sentia o membro enrijecer quando estava chegando o momento de vê-la passar: requebrando o quadril, com toda aquela pompa, cada passo que dava era orgásmico, a ponto de  sentir dor. A h, como queria - ao menos - segurá-lo com força, acariciar daquele jeitinho que o forte esguicho vai com o vento, aproveitando enquanto o cheiro dela estava no ar. Outro dia sen...

Ela: pele de donzela.

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       Ruídos, aromas urbanos, caos, calor.      Ambiente pouco propício para a pestana que planejara: Ainda assim, o sono tomava conta do pensamento inquieto e desordenado, que se seguira após manhã de turbulentas e difíceis decisões.      Em questão de segundos a sonolência passou: Um misto de quietude e frenesi tomou conta da mente e do corpo - e do membro.           Testemunhara a saia preta, curta, e plissada subir, ao inclinar-se sobre a mesa de pinus maciço em busca de algo que a ele não interessava, exibindo o que contemplou por segundos a polpa do que chamava de ‘rabo’.         Seguiu-se, então, o que inconscientemente desejava: Um movimento levemente desastrado daquela menina-mulher, fez a Cartier esferográfica rolar na mesa, como uma sequência de dominós, perfeitamente enfileirados, empurrando uns aos outros, e findar onde aquele ser - tão perfeitamente volúpio - se agac...