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Mostrando postagens de outubro, 2020

Da pureza à insaciabilidade. Para sempre.

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  No momento do beijo no colo, a mão forte na cintura correu sentido à volúpia posterior, arredondada, macia e empinada. Arrancou-lhe delicadamente a lingerie que resguardava aquela fonte de prazer há tanto reprimido. Latejava. Doía. Era carne em seu estado mais latente, agora com um toque de angústia, mas demasiado prazer. Um hímen que parecia estar sendo dilacerado, estava sendo, na verdade, rompido com lentidão, carinho e delicadeza. Enxarcava. Sentia. Entre as coxas, era temperatura quente que escorria. Seria normal tamanha quantidade de fluído, para lubrificar orifício estreito como tal? Sentia-se embaraçada, ao ouvir o gotejar no chão de madeira oca. Cada gota era eco, entrando intensamente pelos ouvidos e sendo registradas, uma por uma, em sua memória. Para ela era vergonha; para ele, pertinente. Pompoava. Tremia. O abrir e fechar, deixando-a excitada e, concomitantemente, incomodada: Um movimento lento, não uniforme: a contração apertava, a ponto de sentir lábios se tocarem. P

Árvores soterradas pelo adeus.

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Frieza. O ato de demonstrar a transformação de um sentimento tão belo em apatia é algo realmente atroz. Podem ser de várias formas, e por razões que até Alá duvida. Deus. O Universo. Vira um verso imerso. O inverso de um verso. Um verso invertido. A sensação de bem querer em não querer; O orgasmo excepcional em memória inesquecível; O ineditismo mais impensado em mera lembrança orgásmica. A sensação de autenticidade totalmente desfigurada; A música inesperada que não mais virá. O querer - do inusitado em nunca mais. Pensar na troca de olhares, fluídos, salivas e palavras - pura reminiscência. Memorar que antes do descaso, só pelo aguardar da comutação, tudo era tão vívido, terno e colorido. O saber que uma nova fase vem, um novo processo se inicia - malditos processos. Obliterar. O preterir. Não mais preferir. Não ter mais o arbítrio. Livre? Atado arbítrio. De nada adianta eleger sem ensejo. Não mais compete ser o cuidado e o desejo. Presente sem presença. Pretensa, quase que com ofen

Tramela do dialeto do beijo.

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Suave, úmida, macia. Saiu sem rumo - raspando levemente os dentes - pelos lábios carnudos, e, sem querer, tocou os dedos que rondavam por ali. A saliva cresceu, mas era um corpo todo que tremia. A mistura se fez cada vez mais intensa, e trouxe, vagarosamente para dentro, o que era apenas um carinho. O sorver foi forte, deixando algumas gotas de água no canto da boca, e então outros dedos se deixaram levar pelo deleite. O ruído do gemer vibrava por todo o interior, da garganta à ponta, e sentia no indicador a pulsação do sangue que corria e atravessava aquela foz. Ela ainda se fazia voraz e trêmula, em busca de outro local onde pudesse se encaixar. Encontrou nuca e pescoço, com sabor do banho tomado pela manhã, misturado com o adocicado gosto do suor de prazer. Percorreu aquele caminho como se não houvesse mais para onde ir, com veemência e fome, fazendo arrepiar toda pele, e, ao topo, encontrou a orelha. Adentrou a brecha, e se fez explorar toda a cavidade, e deixando, em todos os p