Sonata da dor
No momento em que se apagou no ar, virou nada. Luz que alumiava vida, agora é penumbra a caminho da escuridão. Não ouviste recentemente que palavras fora de ordem – aquelas, quando ditas sem pensar - podem levar à interpretações equivocadas? Pois agora teve fim às incertezas que enfrentava. Viu, de fato, tua planta ser esquecida, bem como teu cheiro. Pensaste mesmo ser genuíno. Moça tola. Foste nada. Não passaste de uma brincadeira, um conforto, um consolo. Não deve, então, te parecer tão forte. Permita-te este luto de um óbito sentimental e sensorial. Assinta que tua mente balança. Deixa-te escorrer água no rosto. Pensa. Sinta. Doa. Afinal, após grande penitência, estiveste tão alegre, bela mulher. Levanta, então, teu olhar atento, e começa a contemplar a vasta vida que lhe resta. Esquece-te da figura divinal e sente a bem aventurança que tens pela frente. Segue tua leitura. Bebe de teu whisky. E que seja teu, e só teu. E planta