Geminianidade demente

Quisera a dor ser eterna.
Não lutar, desistir.
Ceifar.
Generalizado e eterno lamentar.
- As plantas que morram, também.
Ato imediato impensado, imaturo, imoral.
Quase foi-se. Pobre ser.
- Achas mesmo no direito de fazer sofrer?
Infeliz ato, pudera perceber: Não o era um.
Era mais.
Duas almas ocupavam o corpo - corpo este que sentira deploráveis e quentes palmadas.
Terror.
Dá-se conta de que, ali mesmo, havia mais: Iguais, diferentes formatos, sensuais sabores.
Temperatura congelantemente fervente.
Topara - Naquela noite qualquer, extremamente marcante - fiel escudeira.
A gêmea - ora uni, ora bivitelina .
Mutações.
Reações.
Paixões.
Emoções.
Quatro espíritos em dois corpos.
Quatro mentes desvairadas.
Obcecadas por superação e derrota.
Diferença contrastante. Divergência desgastante.
Dois pares de almas penadas peladas, prostradas em amarguradas estradas.
Meia dúzia - menos dois - de inconclusas deusas, sujas.
Difusa intrusa. Reclusa, abusa.
Dupla gostosa, majestosa, afrontosa, fogosa.
Perigosa.
Gêmeas.
Astro, planeta, energia. Sinergia, magia. Patologia?
Nenhum gene de DNA convergente: Ausência de moléculas replicadas.
Quatro fantasmas.
Caminhos diferentes - Passados iguais.
O futuro aguarda.
Aguardente.
Gêmeas.
[Jade Rosa] - 07/08/21
*Imagem: As duas Fridas, Frida Kahlo - 1939.
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