Prazer e saudade


 

A boca estava sedenta para sentir o líquido dele espirrando quente na garganta, enquanto ouvia seus gemidos de prazer.

Enfiava a mão dentro da calcinha, tocando o clitóris com movimentos circulares, enquanto lembrava do prazer que sentia quando ele penetrava nela, o olhar e o membro duro.

Já fazia mais de um mês; toda vez que recordava, ficava toda molhada como se ele estivesse encaixando no meio de suas pernas.

O lençol de verão era macio e fresco - o mesmo que estava na cama da última vez - levando-a a rebolar e sentir a bunda esfregando no tecido, pensando na cena.

Pensava na forma como a virava de ladinho, metendo bem devagar, entrando e saindo sem tirar a cabeça lá de dentro, melando tudo ao redor e deixando o orifício cada vez mais lubrificado. Essa memória a faz ir mais fundo, enfiando o dedo indicador, que sente todo aquele líquido escorrendo. Ela geme como quando ele estava ali.

Recorda, nesse momento, do movimento que fizera para deixá-la de barriga pra baixo, expondo a raba redonda e volumosa, sem sair lá de dentro. Mas surpreendentemente não a coloca de quatro, como qualquer um faria: ela permanece deitada, as pernas esticadas e fechadas. O pau não sai, e quando deixa só a cabeça lá dentro, sente o corpo do membro roçando o outro buraco, no rabo, mais apertado, mas tão lambuzado quanto, devido a todo o creme que sai dela.

Geme como uma cadela no ato da cruza, outro dedo entra junto com o indicador.

Esfrega o bico do peito, rebolando no colchão, virando os olhos e soltando diversos sons de “hum” com a boca, pensando nos vários momentos que ele parou de meter, para não gozar: nessas horas, ficava estático, apenas pulsando, e, não raro, soltava um “ai, caralho”.

Ao pensar nisso, sente lambuzar mais e mais, e os dedos, lá dentro começam a fazer movimentos mais intensos, rápidos e fortes.
Está morrendo de tesão, quando lembra do momento que ele para de gemer e diz apenas:

“Eu vou gozar. Onde você quer?"
"Na minha boca”.

 Os dedos rápidos, a pele toda arrepiada, o bico do peito duro, gemendo excitada, diz em voz alta:

 Sente nos dedos a carne latejar forte, apertando-os, contraindo toda a vagina; o líquido melando tudo, enquanto visualiza a cena d´ele de pé, enfiando inteiro lá na goela, urrando e espirrando tudinho, do jeito que ela tanto queria

Ai, ai, ai, aah, aaaaaaahhh... Humm.

Tira os dedos, devagar, sentindo pulsar; os fios grudando entre eles; mete na boca, chupa do próprio sabor.

QUE SAUDADE!

[Jade Rosa] - 12/03/22

*Imagem: "Amor e Dor", de Edward Munch, 1893.

Comentários

  1. Tuas palavras carregam tanto prazer e uma imensidão de desejos, que é como se eu pudesse sentir em mim tuas mãos escrevendo.

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  2. Teu blog é puro fascínio, prazer e desejos, você carrega um talento grande no que escreve.
    O que escreves é excitante.

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  3. Linda descrição suas palavras viram cenas dessa mulher imaginando o prazer e a saudade

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  4. Esse texto me desmontou todo e confesso que corri para ler todos os outros.

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  5. Muito bom! Fiquei excitado ao ler… me levou numa viagem de pensamento, fui visualizando as cenas.. gostei!

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  6. Você sabe como brincar com os desejos de quem lê tuas criações, dá para sentir todos os momentos excitantes do início até o clímax do gozo. Tu és magnífica ,encantadora, bela e formosa impossível não ficar vidrado em tuas palavras...

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