Almejado desfecho gotejante
Onde fica o limite de prazer e sentimento?
Qual a linha imaginária na Terra que separa esses dois opostos que vivem, desde sempre, tão juntos?
Será o tesão um paliativo que encaixa no buraco que a carência do sentimento traz?
Paliativo¹:
Adjetivo
Que serve para atenuar ou aliviar um sofrimento.
Que não resolve, mas atenua ou adia um problema.
Substantivo masculino:
Remédio, tratamento ou cuidado que não cura (!), mas mitiga a doença ou o sofrimento por ela causado.
Recurso para atenuar o mal ou adiar uma crise.
Disfarce.
Evidente que isso era apenas um mero detalhe ali - talvez apenas para ele - não bastasse o alvoroço e torpor que causava na existência dela; não obstante, isso tenha sido uma breve ponderação mental que fazia, enquanto as calças lhe eram arrancadas na alta queen size em que se encontravam, enquanto ele mergulhava visceralmente dentro de seus olhos, com sorriso maroto no canto da boca.
O contraste das peles que se misturavam se transformou em uma verdadeira poesia traduzida em uma aquarela de tons pasteis.
O bico do peito enrijecido pelo misto de frio e ecstasy implorava pela língua, que de tempos em tempos lambia a boca grossa e sempre encharcada de saliva. No dia a dia, lhe tremiam as pernas todas as (diversas) vezes que ele a deixava a sair, úmida e passear pelos lábios, pra lá e pra cá, mantendo-os hidratados e sempre brilhantes, destacando ainda mais aquela cavidade que ela tanto almejava.
Agarrou-lhe pelos pés, e, em um único gesto encaixou-a na altura perfeita; os dedos seguravam firmemente as coxas, cravando as unhas na pele que se encontrava arrepiada da cabeça aos pés. As pálpebras rapidamente se afastaram e cerraram, ainda olhando para ela. Uma única palavra não foi dita, porém a reação de surpresa que o deixou ainda mais excitado para se enfiar em meio as pernas já arreganhadas foi bem entendida.
Ao aproximarem-se os quadris, um gemido forte saiu da boca dela, prevendo que enfiaria rápido e violentamente. O murmúrio de prazer passou pelo tímpano dele e ecoou igual pela boca, e, no ritmo de uma valsa, ele encaixou, suave e carinhosamente dentro dela, levando-os a degustar, pedacinho por pedacinho, o que entrava e saía. Os chiados se tornaram o perfeito ícone do infinito: penetravam nos ouvidos e saiam da boca dela, e então, passeando pelo ar como um sinal de satélite que emanava deleite, adentrava a caverna auditiva e se transformava em gemidos do outro, num looping sem fim.
Ele a petiscava. Delicadamente saboreavam da carne um do outro, com sorrisos romanticamente depravados.
Quando as mãos sutilmente acariciavam as redondas nádegas, repentinamente agarraram-lhe os cabelos: um movimento brusco, que segurou firme um rabo de cavalo, torcendo-lhe o pescoço para o lado, e metendo abruptamente. A visão, que antes era dócil, agora se assemelhava a um animal, seguindo cegamente os instintos da carne e abatendo sua presa.
As longas unhas vermelhas de uma das mãos cravaram em suas costas, cortando-lhe levemente a pele, enquanto a outra lhe agarrou no pescoço e queixo, ansiando aqueles lábios babados e brilhosos; Lábios, esses, que engoliram o dedo que se encontrava no cantinho, e sugaram forte e fundo, enquanto ele entrava dentro dela também por baixo, rápido, entre uma rebolada e outra das quais ela não conseguia se conter.
Os pingos de suor embebedavam o corpo pálido, escorrendo nos seios, enquanto a velocidade daquela libertinagem aumentava, para, por fim, também lhe ensopar o meio das pernas.
Só resta então, o tremor, conciliado de um saciado sorriso, uma respiração ofegante e o cabeça com cabelos grudando no peito suado…

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