Abraço em forma de arte.

Só.
Não,
não há ninguém ali.
Está ali?
Está ali?
Chopin
reina eu seu cérebro, conectando as sinapses entre as teclas.
Ele.
Ele a
ajuda a manter a sanidade.
Sente
falta do bumbo.
Respira.
Sim, é
música clássica.
Os livros são muitos, por todos os lados. Tantas histórias.
Palavras,
perdeu as contas: os dedos dançam entre páginas, abas,
sulfites e telas. Cabelo desidratado, TV no modo mudo.
Música
clássica.
Sem bumbo.
São 4
paredes. Finas.
Às
vezes podem ser mais. Quando o número de paredes aumenta, é sinal
de vinho, cerveja, risadas e Whisky. E mais. E é tão bom.
A faz
ter desejos nunca antes imaginados.
Sente falta daquilo.
Carentena.
Não o
é. Não ali.
Para sua surpresa, uma laranja.
E
mais.
Uma
laranja em preto e branco, com um mar negro se abrindo ao centro,
como se um míssil o tivesse atingido. Ou a tivesse atingido. Em
cheio.
A
casca do mar tem tom esverdeado.
Cores e texturas. Teriam sabores?
Gomos,
flores, pontos e linhas.
Amarelo,
rosa, verde e azul.
Tão
belo o amarelo.
E a
água. O suco.
Há um
quê de Van Gogh ali.
Para
ela, sim.
A
mente inquieta divaga entre as informações.
Um
perfil, um olhar sensual. Um delineado pensativo.
As
formas, tão claras e abstratas.
Há a
rosa, tão significativa.
Há o
cravo, que brigou com ela.
Há um
filho logo ali.
Quanta
sensibilidade.
Passa
os olhos, os dedos, o rosto.
Sente.
Tenta
ler, e tudo que vê é arte, cores e sentimentos.
Tenta
sentir, e tudo que consegue é gratidão e vontade de mergulhar nesse
oceano laranja de sensações negras e felizes...
Um
pouco de compaixão em tempos brutos.
Sente-se
carinhosamente abraçada.
Que
esse abraço se estenda pelo mundo.
E
gra-ti-dão.
[Jade Rosa] 20/04/2020
Obrigada @Pdefato.
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