ComuMente humana.

Onde
fica a "linha tênue" entre o prazer e a solidão, o amor e a carência,
o comodismo e o conformismo? Será - essa linha - um abismo?
Por
quanto tempo somos capazes de viver uma vida que não nos pertence? De agir como
se habitasse ali um ser que não habita?
A
adaptação da mente humana é incrível. Estamos, durante toda a vida, passíveis
de nos conectarmos à situações das quais, por mais miseráveis que sejam, nos
moldamos.
Já
dizia Oscar Wilde:
"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe".
Suportamos
uma existência da qual nem de longe sonhamos, e nos condicionamos a crer que
aquele é nosso destino, que está tudo bem, na mais perfeita ordem e sincronia.
Afinal,
é a nossa vida.
E
ninguém quer abrir os olhos para enxergar o fundo do poço. Ah, o poço. Óbvio.
Se
desvencilhar do confortável.
Se
libertar de algo frágil, desconexo - mas que parece real.
Parece.
Mas
perece.
Ter
poder. E não poder. Ter tua vida. E não a ter.
Comentei
com um amigo outro dia o quanto é cômodo falar “mudanças são boas” quando essas
mudanças estão acontecendo na vida de outras pessoas.
Mas,
após a adaptação humana - o condicionamento mental – abrir os olhos dói.
Dói,
porque após a escuridão, vem a luz. Vem o sol, as cores.
E
as cores, ah... as cores! São tão belas e tão vivas!
E
o céu é tão mais infinito, e o sol é tão brilhante! E a vontade de voar por
entre as nuvens é tão maior!
E
então você percebe que tudo não passou de uma crônica. Ou um grande livro -
dependendo do tempo que fechaste teus próprios olhos.
Portanto,
abra-os. O sol está lá fora a te esperar. O vento está ali, para soprar em teu
rosto, e levar teu cheiro ao mundo.
E
esse mundo tem muito mais cores do que vocês - com teus olhos fechados - podem
ver.
(Jade Rosa) - 02/04/2020
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