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Depois da mordida, o vazio do 8

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  Já haviam se beijado antes: aquele lento, morno, que começava tímido e terminava em mordidas. O tipo que deixa gosto por horas, dias; que pesa no lábio, acende no ventre.   Agora, a lembrança desse toque vinha como uma labareda ao menor suspiro.   O calor no corpo se espalhava em ondas que batiam direto no meio de suas pernas.   O bico do peito, rígido, denunciava cada pensamento sujo que o corpo insistia em repetir.   A bunda balançava pra lá e pra cá quando ficava de costas, e roçava nele, sentindo latejar dentro do jeans.   Os lábios estavam melados; ela queria colocar em outro lugar que não fosse a boca, mas, no improviso da tensão, mordeu o peitoral.   Levemente - como quem pede licença, ou alivia o tesão repreendido.   Ele pediu: "Morde forte!"   Ela atendeu: mordeu doído, cravou os dentes, quase arrancou-lhe um pedaço. Outro na nuca, nas costas e de novo no peito. Deixou na pele marcas exatas da sua boca, como carimbos do tesão que ...

Almejado desfecho gotejante

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     Onde fica o limite de prazer e sentimento?      Qual a linha imaginária na Terra que separa esses dois opostos que vivem, desde sempre, tão juntos?      Será o tesão um paliativo que encaixa no buraco que a carência do sentimento traz? Paliativo¹ : Adjetivo Que serve para atenuar ou aliviar um sofrimento. Que não resolve, mas atenua ou adia um problema. Substantivo masculino:  Remédio, tratamento ou cuidado que não cura (!), mas mitiga a doença ou o sofrimento por ela causado. Recurso para atenuar o mal ou adiar uma crise. Disfarce. *Origem etimológica: paliar + tivo.      Evidente que isso era apenas um mero detalhe ali - talvez apenas para ele - não bastasse o alvoroço e torpor que causava na existência dela; não obstante, isso tenha sido uma breve ponderação mental que fazia, enquanto as calças lhe eram arrancadas na alta queen size em que se encontravam, enquanto ele mergulhava visceralmente dentro de seus olhos,...

Soneto do líquido doce

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As pernas abertas daquela forma eram intencionais. Clamava pela sensação da boca grudada entre as grossas e brancas coxas. Antes de senti-lo entrando, Ansiava mesmo era o lábio carnudo sugando. Depois da língua passear, Para cima e para baixo, Sentindo melar A estreita fresta vertical. Ele a fitava: Admirava os olhos revirados E idolatrava a delação das pernas trêmulas, que exibiam o contentamento final. O olhar lascivo, agora se desorientava. Como adorava o doce sabor que escorria lá de dentro. E sugava até a última gota... [ Jade Rosa ] - 03/08/23 *Imagem: "Laurette´s Head with a cup of coffee", de Henry Matisse, 1917.

Breve lembrança de um tolo nórdico

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Ahhh, que vontade de sentir passar os dedos longos na cabeça, lisa feito a pele dos lábios.  Usar as pontinhas deles para ficar roçando sutilmente, em movimentos circulares, até o momento p erfeito em que agarravam o gargalo, deixando-o com falta de ar... Recorda do beijo de olhos abertos, sedento e lambuzado, com as línguas esfomeadas, deixando ambos ofegantes - o ar quente saindo pela boca, e sendo sugado junto com gemidos de prazer inebriante.  Pensa no gosto do eucalipto na saliva que escorria nos cantos da boca durante o beijo melado; e sente o cheiro frutado, com o morango sobressaindo-se, em meio às notas de baunilha e leite - o perfume que um dia fizera o corpo flutuar nas ruas, abraçar a roupa não lavada e virar os olhos ao dar uma cafungada no pescoço enquanto lambia de cima abaixo.  O olhar profundo com sorriso malicioso, enquanto penetrava devagar, lá dentro, sentindo quente e molhado, quando ela apertava forte a musculatura para não deixa-lo mais sair. Sent...

E pluribus unum¹

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Cultivara uma amizade sem pretensões: era admiração e apreço; respeito e ternura. Conversas constantes ao longo dos dias, apenas confirmavam que o intelecto dele não era superficial: informação e conhecimentos - considerados por tantos inúteis ou aleatórios - faziam parte das pautas debatidas, questionadas, explicadas e justificadas com embasamento. Incomodou-se ao notar que a comunicação remota fora o gatilho para sentir saudade da presença. - Passa rapidinho - foi a réplica. Ledo engano. Flagrava-se recapitulando momentos em que observava-o conversando com amigos e colocava a mão entre as pernas. Gesticulava, bebia um gole da cerveja gelada e, de repente, lá estava a mão de novo: agarrava com gosto o volume. Gargalhava, falava, fumava e, naturalmente, voltava os dedos na virilha, roçando com carinho em um ato instintivo. Sentia os bicos dos peitos enrijecerem ao replicar esses momentos na memória, em casa, e se a mão chegava até o seio excitado, sentia a calcinha molhar. A amizade er...

Música com prazer em poesia

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  Já dizia Aldous Huxley: “Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível, é a música” Música é prazer em forma de poesia. Tudo começa no prelúdio: a troca de olhares, o calor da boca quase grudada, sentindo a respiração quente - mas ainda sem tocar uma na outra - a voz suave do gemido com entonação de mezzo-soprano de uma a capella , acompanhada de um barítono mediano , sussurrando quente: “Te quero”, formando uma consonância harmônica . A intensidade cresce gradual e rapidamente, um legato , um marcato . Bocas meladas, peles desnudas se tocando mais e mais, fazendo da modulação uma melodia; tenor e contralto , ambos gemendo sem pudor, sentindo crescer a vibração e o calor. Dedilhação acompanhada de farto mel sonoro. Sem perdem as cifras e partituras , substituídas pela percussão do tapa na bunda, e pela polifonia de ambos, que se esfregam e se encaixam, se entregam e entrelaçam. Mais dedilhação seguida do instrumento duro penetrando, ritmado em sust...

Prazer e saudade

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  A boca estava sedenta para sentir o líquido dele espirrando quente na garganta, enquanto ouvia seus gemidos de prazer. Enfiava a mão dentro da calcinha, tocando o clitóris com movimentos circulares, enquanto lembrava do prazer que sentia quando ele penetrava nela, o olhar e o membro duro. Já fazia mais de um mês; toda vez que recordava, ficava toda molhada como se ele estivesse encaixando no meio de suas pernas. O lençol de verão era macio e fresco - o mesmo que estava na cama da última vez - levando-a a rebolar e sentir a bunda esfregando no tecido, pensando na cena. Pensava na forma como a virava de ladinho, metendo bem devagar, entrando e saindo sem tirar a cabeça lá de dentro, melando tudo ao redor e deixando o orifício cada vez mais lubrificado. Essa memória a faz ir mais fundo, enfiando o dedo indicador, que sente todo aquele líquido escorrendo. Ela geme como quando ele estava ali. Recorda, nesse momento, do movimento que fizera para deixá-la de barriga pra baixo, expondo a...

Cabeça latejante que não pensa

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Olhar sem malícia. Sem? As pernas arreganhadas em conjunto com a bunda empinada, lá atrás; os bicos do peito marcando a camiseta fina, fazem o pau crescer dentro das calças de moletom. Aqueles seios arredondados, expostos e juntinhos o fazem querer arregaçá-lo para fora, e meter direto no vão entre eles, semelhantes como em uma bela bunda. Sente latejar, enquanto uma gota sai da cabeça dele. Quando fala, vê a língua tocar os lábios, e imagina-a lambendo aquele líquido inicial. "Depois, pode correr por toda a extensão, sorrindo, olhos nos olhos, inclinada, a raba lá no alto", pensa. Rebola. "Ahh, como você é gostosa". Os dedos apertam os bicos dos seios, louco para mamar nessas tetas macias com marca do verão, que queimou levemente a pele branca. A anca, pra lá e para cá. Para, sorri, vira a bunda. Uma rebolada mais, tronco inclinado no colchão, o orifício no meio das nádegas implorando por prazer. Penetra devagar: a cabeça entra e sai, em um êxtase de pra...

Story of Modern Love

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Not everything is as it should be. Not everything is as it could. Two people, both waiting to get a message first. No change of glances, or touch of skin. No mixing of bodily fluids, let alone someone else´s scent impregnated. Distant. No feelings. Maybe? Whatever. Nudes n´sexting n´cumming in one hand. Block. . Shock. Sad. . Dead. [ Jade Rosa ] - 23/02/2022 *Imagem: "Moça lendo uma carta à janela", de Johannes Vermeer, 1657-1659.

Sabor branco quente

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Vira de longe. Desejava dentro. Sabia, desde o início, que a vontade de comer, engolir, sugar e sentir fora recíproca. A viagem traria o sorriso.  Quiçá a conexão não se houvesse efetivado, no fundo da alma, custa pelas suas janelas. Não cogitara concorrência inquirida e agressiva, mas a facilidade de aceitar e ver a vida deixara clara a censura de qualquer pensamento com  o viés erótico. A interlocução primária fora a respeito da vida de ambos, assim, como trivial, como contato habitual. Mas, ali, esse mesmo trivial e habitual se tornara um momento de desejos e devaneios, com uma fome voraz um do outro. Esses mesmos toques - que se sucediam com características involuntárias - eram, na verdade, um atrelando-se na pele do outro, roçando, sentindo, queimando. Já sentia encharcar. Já sentia enrijecer. Naquela noite, no então quarto silencioso, ouvia-se sussurros e suspiros, misturados ao som do líquido que saía freneticamente, um splash, escorrendo, lambuzando, da cabeça ao resta...

No canto da boca, no meio das pernas.

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O sonho despudorado fora culpado por sentir o líquido quente e melado escorrendo no meio das coxas. A manhã abafada e úmida da cidade de São Paulo trazia um vento gelado ao cômodo, pela fresta da veneziana. Uma fenda propositalmente posta no lençol, fazia essa mesma brisa tocar a pele e arrepiar ainda mais o bico do seio, que já estava duro pela excitação previamente incoada. Na cama macia, rebolava sutilmente, sentindo o roçar do tecido nas nádegas, já molhadas pelo escorrer. A mão acariciava o bico do peito, enquanto a outra tocava o clitóris, vagarosamente. Os olhos fechados a levavam àqueles olhos pequenos e surpreendentemente brilhantes, mergulhando nos seus, enquanto passava a língua nos seios e, repentinamente sugava o bico, com um doce e misterioso sorriso, deixando escapar um gemido baixinho. Os dedos, então, passam a trazer à mente a imagem de Onsen, revelando despudor da nudez das águas termais.  O quanto aquele ambiente calmo e relaxante faria cada suspiro, cada respira...

O sabor do mel.

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Me conta teu desejo de carne quente. Mostra-me como gosta de dar. Deixa-te sentir quando entro, no fundo, sentindo latejar. Aperta-me com força, me deixa gozar. Me deixa também tomar teu mel, tua mente Tua boca ensandecida Engole voraz meu membro duro Todo, puro. Mostra me a puta que vive dentro de ti Que olha nos olhos, geme e sorri. O olhar de prazer que mergulha intenso. Longe, denso. G O Z A. [ Jade Rosa ] 17/01/21 *Imagem: La Toilette, 1889 - Henri Toulouse Lautrec