Da pureza à insaciabilidade. Para sempre.

 

No momento do beijo no colo, a mão forte na cintura correu sentido à volúpia posterior, arredondada, macia e empinada. Arrancou-lhe delicadamente a lingerie que resguardava aquela fonte de prazer há tanto reprimido.
Latejava.
Doía.
Era carne em seu estado mais latente, agora com um toque de angústia, mas demasiado prazer. Um hímen que parecia estar sendo dilacerado, estava sendo, na verdade, rompido com lentidão, carinho e delicadeza.
Enxarcava.
Sentia.
Entre as coxas, era temperatura quente que escorria. Seria normal tamanha quantidade de fluído, para lubrificar orifício estreito como tal? Sentia-se embaraçada, ao ouvir o gotejar no chão de madeira oca. Cada gota era eco, entrando intensamente pelos ouvidos e sendo registradas, uma por uma, em sua memória. Para ela era vergonha; para ele, pertinente.
Pompoava.
Tremia.
O abrir e fechar, deixando-a excitada e, concomitantemente, incomodada: Um movimento lento, não uniforme: a contração apertava, a ponto de sentir lábios se tocarem. Pequenos lábios rosados que tocavam um ao outro: o beijo libidinoso do prazer. O relaxamento fazia com que pensasse que não tinha mais controle sobre suas necessidades fisiológicas. Quase um jorrar de excitação. Era o prazer em sua forma mais intensa e sublime.
Relaxava.
Contraía.
O calor subia: desde os pés, o fogo corria pelas coxas amplamente embebida de um gozo que sequer tinha vindo; frio na barriga, se conduzindo para os seios rígidos, que chegavam a doer devido à tamanha lascívia.
Esfregava.
Consentia.
Concluía: O ansejo era mais que justificável. Tornara-se, naquele momento, insaciável. Para sempre. [Jade Rosa] - 21/10/20 *Imagem: A virgem dos rochedos, Leonardo Da Vinci - 1483-1485

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