Malditos processos.

Ah, os
processos...
O de restauração não acaba.
O criativo não flui.
Por estar vivendo bons momentos, se negou a crer que atravessava uma ponte: queria desviar deste tortuoso caminho que passava por grande reforma.
Como é fácil apontar falhas e aconselhar (!) pessoas queridas sobre as dificuldades que tem de se esquecer de algo ou alguém, quando temos nosso coração leve e cheio de alegria.
E quão difícil é quando perdemos alguém – talvez aquela mesma que tentamos ajudar – quando nos distanciamos.
Ou, pior: quando esta querida pessoa decide se afastar.
Curioso como é fácil negar para nós mesmos algumas situações da vida quando se tem controle da mente - quando está tudo bem.
Curioso, também, é sermos tão passíveis de perder o controle desses próprios pensamentos, quando as coisas não estão como gostaríamos...
Não importa quanto tempo dure: se foram 6 meses, ou 15 anos; Não importa a definição da relação, ou se deu tempo de realizar o que se planejou.
O fato é que dói.
O hábito de “guardar o que foi bom”, que tantas pessoas estipulam como regra – e muitas não conseguem colocar em prática – é algo romantizado: Quando se tem essa habilidade, tudo é saudade.
E a saudade machuca o peito.
E, mais do que isso (muito mais!): Nos restringe.
Bloqueia o coração para sentir algo por outrem;
Impede o gozo na cama, com quem for: o homem mais belo, ou a mulher mais corpulenta;
Barra o prazer de beijar uma boca, tornando-se um momento qualquer – e, mais do que isso: Faz sentir repulsa;
Inibe a vontade de responder a mensagem, atender a ligação, dar atenção.
E tudo isso implica em, sem querer, machucar boas pessoas – ouso dizer até bons partidos – que estão ali, de corpo e alma, enquanto nosso próprio corpo e alma estão em outro lugar.
Em outra casa.
Bem longe dali.
Desritmado, descompassado, sem cadência.
E é tão fácil se sentir injusto nestes momentos: Com a pessoa que tentou ferrenhamente trazer para si; com a que quer estar ao teu lado; e, em um grau muito mais elevado, consigo mesmo.
Sim: Difícil admitir que aquela ponte que julgávamos ser tão fácil atravessar – ainda que em obras – é, na verdade, um gigante e tortuoso viaduto cheio de cimento, barras de ferro e enormes pedras.
E quantas pedras!
Intransponível.
Nos resta esperar, no mais profundo canto de corações machucados, que encontremos um potente trator, para nos ajudar a chegar do lado de lá: cada um em sua ponte, para habitar uma cidade que está a nos esperar na outra margem, cheia de vida e futuro.
E, por favor, sem processos.
O de restauração não acaba.
O criativo não flui.
Por estar vivendo bons momentos, se negou a crer que atravessava uma ponte: queria desviar deste tortuoso caminho que passava por grande reforma.
Como é fácil apontar falhas e aconselhar (!) pessoas queridas sobre as dificuldades que tem de se esquecer de algo ou alguém, quando temos nosso coração leve e cheio de alegria.
E quão difícil é quando perdemos alguém – talvez aquela mesma que tentamos ajudar – quando nos distanciamos.
Ou, pior: quando esta querida pessoa decide se afastar.
Curioso como é fácil negar para nós mesmos algumas situações da vida quando se tem controle da mente - quando está tudo bem.
Curioso, também, é sermos tão passíveis de perder o controle desses próprios pensamentos, quando as coisas não estão como gostaríamos...
Não importa quanto tempo dure: se foram 6 meses, ou 15 anos; Não importa a definição da relação, ou se deu tempo de realizar o que se planejou.
O fato é que dói.
O hábito de “guardar o que foi bom”, que tantas pessoas estipulam como regra – e muitas não conseguem colocar em prática – é algo romantizado: Quando se tem essa habilidade, tudo é saudade.
E a saudade machuca o peito.
E, mais do que isso (muito mais!): Nos restringe.
Bloqueia o coração para sentir algo por outrem;
Impede o gozo na cama, com quem for: o homem mais belo, ou a mulher mais corpulenta;
Barra o prazer de beijar uma boca, tornando-se um momento qualquer – e, mais do que isso: Faz sentir repulsa;
Inibe a vontade de responder a mensagem, atender a ligação, dar atenção.
E tudo isso implica em, sem querer, machucar boas pessoas – ouso dizer até bons partidos – que estão ali, de corpo e alma, enquanto nosso próprio corpo e alma estão em outro lugar.
Em outra casa.
Bem longe dali.
Desritmado, descompassado, sem cadência.
E é tão fácil se sentir injusto nestes momentos: Com a pessoa que tentou ferrenhamente trazer para si; com a que quer estar ao teu lado; e, em um grau muito mais elevado, consigo mesmo.
Sim: Difícil admitir que aquela ponte que julgávamos ser tão fácil atravessar – ainda que em obras – é, na verdade, um gigante e tortuoso viaduto cheio de cimento, barras de ferro e enormes pedras.
E quantas pedras!
Intransponível.
Nos resta esperar, no mais profundo canto de corações machucados, que encontremos um potente trator, para nos ajudar a chegar do lado de lá: cada um em sua ponte, para habitar uma cidade que está a nos esperar na outra margem, cheia de vida e futuro.
E, por favor, sem processos.
*Imagem: "Homem Velho com a cabeça em suas mãos - Vincent Van Gogh, 1890.