The Great Gatsby - Final scene

“Quase
todos os grandes estabelecimentos já estavam fechados e dificilmente
se avistava qualquer luz exceto o brilho impreciso, móvel, de um
ferryboat, a cruzar o
Estreito. E, à medida que a luz se erguia, as casas, desnecessárias,
começaram a dissipar-se, até que, pouco a pouco, me pus a pensar na
velha ilha que ali florescera em outros tempos, ante os olhos de
marinheiros holandeses – um seio fresco, verde, do Novo Mundo. Suas
árvores extintas – as grandes árvores cederam lugar à casa de
Gatsby – tinham servido de motivo, sussurrantes, ao último e maior
de todos os sonhos humanos; durante um breve momento de encantamento,
o homem deve ter ficado com a respiração em suspenso em presença
deste continente, compelido a uma contemplação estética que ele
não compreendia nem desejava, face a face, pela última vez na
história, com algo proporcional à sua capacidade de espanto.
E,
enquanto lá me achava a meditar sobre o velho, desconhecido mundo,
lembrei-me da surpresa de Gatsby, ao divisar pela primeira vez, a luz
verde existente na extremidade do ancoradouro de Daisy. Ele viera de
longe, até aquele relvado azul, e seu sonho deve ter-lhe parecido
tão próximo, que dificilmente poderia deixar de alcançá-lo. Não
sabia que seu sonho já havia ficado para trás, perdido em algum
lugar, na vasta obscuridade que se estendia para além da cidade,
onde as escuras campinas da república se estendiam sob a noite.
Gatsby
acreditou na luz verde, no orgiástico futuro que, ano após ano, se
afastava de nós. Esse futuro nos iludira, mas não importava: amanhã
correremos mais depressa, estenderemos mais os braços... E, uma bela
manhã...
E, assim, prosseguimos, botes contra a corrente, impelidos incessantemente para o passado”.
(“The Great Gatsby” - F. Scott Fitzgerald, 1925 - Pg 220-221)
*Sinopse: O mundo febril da "geração perdida" da época posterior à Primeira Guerra Mundial. Uma trama densa, cheia de paixões, conflitos, intrigas, na "era do jazz". A história de Jay Gatsby e sua dramática ânsia de ascensão social. A falta de sentimentos, violência e o materialismo das metrópoles do leste norte-americano. O desespero de personagens oprimidos pela existência rotineira, buscando a fuga pelo rompimento de velhas convenções sociais e correndo de encontro a um grande vazio.
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