O se perder para se encontrar

O
labirinto da vida: Quantos lados, e curvas, e abismos!
Tão
cheio de rotas e direções.
Tão
fácil se perder.
Há
tempos o questionamento para si era o mesmo: o caminho estava
certo?
Havia,
de fato, um caminho absoluto?
Afinal,
para onde vamos?
Uma
coisa tinha certeza: O que havia optado não teria fim.
Sim,
era um eterno percorrer.
E como
caminhar sem rumo nos cansa!
Como
tira o gosto das coisas!
Das
pequenas e das grandes.
Os
sabores da vida.
Olhava
para o alto, e via apenas cimento.
Direcionava,
então, o olhar para baixo: Só havia terra.
À sua
frente, grandes muralhas.
Para
trás não olhava.
Afinal,
o atrás não existe mais.
Aromas,
cores, toques, temperos.
Nada.
Então
perde-se.
E é
tão infinito perder!
Será
necessário se perder em um labirinto para se encontrar?
Porque,
sim: quando perde-se, percebe-se que se ganha.
Ganha
vida, ganha vontade, ganha novo.
E como
é bom ganhar o novo!
Ora,
como sentia falta de uma boa prosa.
Como é doce perceber o quanto as palavras são importantes!
Como é
bom vislumbrar, porém amargo entender quanto tempo se perdeu sem notar.
Quão
belo é o gesto sem más intenções, o verbo com boas ações.
Do
“não querer mais que bem querer”.
Ah,
Camões!
O ser
notado por simplesmente ser.
Valorizado
por merecer.
Desejado
não por ter.
Entender
que a conexão entre pessoas não se faz por corpo, mas pela alma.
Pelo
olhar.
Pelo
pensar.
Pelo
estar.
Um
elogio pela nova fase, pelo novo humano que reina ali.
Um
estímulo há tanto desejado.
Um
novo caminho traçado.
Uma
paz que a vida não trouxe antes.
E a
satisfação estampada no olhar que agora vê céu, grama e vida à
frente.
Venha vida!
Vim, vi e amei.
[Jade Rosa] - 05/05/2020
*Imagem: "Laberinto" - Leonora Carrington.
*Imagem: "Laberinto" - Leonora Carrington.
Comentários
Postar um comentário
Conta pra mim o que achou do blog. :)