Doce Poseidon

Encontrava-se só.
Julgava-se
intragável.
Presumia ser suprema a opinião de que sensibilidade era sinal de
fraqueza.
Mal
sabia aquele ser estupendo que tal sensibilidade fosse tão rara.
O gelo
da noite cortava a pele quando lhe disseram que encontraria uma parte
inteira.
Porque
de meio ninguém vive.
Ninguém
vive meio.
Viver
meio? Ninguém.
Decretou
aquele discurso fadado ao fracasso.
Ah, se
soubesse quão divina é a capacidade de sentimentos favoráveis!
Quão
inabitual um ser corpulento como ele, transformado por um ser
universal, em entusiasta da vida.
O
olhar profundo, em tom terroso.
O
cabelo difuso, o sorriso irônico.
O
gosto considerado furioso, quase apoplético. A suposta ira
transformada em música hostil, tinindo baquetas em pratos rasos e
rígidos e ruidosos.
O
impulso descomunal para se manter firme em seus objetivos, desafiando
qualquer restrição de ordem mundial.
A
audácia e bravura de, num ímpeto, vestir-se de dama, desprezando
qualquer crítica, ideia ou juízo direcionado.
Facas,
machados, tridentes e arpões,
Brincos,
máscaras, correntes e balões.
Não é necessário um minuto sequer para localizar ali um livro.
Sebo.
Em uma piscadela, encontra-se uma touca vermelha.
Natal.
E tudo isso a resume a uma palavra:
Amor.
Não
uma, mais: Carinho, paciência, lealdade, doçura, empatia.
Hombridade.
Hombridade.
Não
obstante, basta-se.
Animoso,
rompe todo rótulo e qualquer estigma.
Sabe
ser real.
E mais: Não se deixa abater pelo que passou: entende que o passado tem o seu lugar.
Como é belo e livre.
E como é belo ser livre.
E mais: Não se deixa abater pelo que passou: entende que o passado tem o seu lugar.
Como é belo e livre.
E como é belo ser livre.
Não
busca, mas achará uma Anfitrite, com essência condizente à toda
essa afabilidade, e que acolha e se doe no oceano azul, com maremotos
de prazer.
[Jade Rosa] - 05/05/2020
In memoriam.
In memoriam.
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